Idosos ocupam mais o papel de chefes de família do que de dependentes, diz Ipea
A dependência dos idosos diante de seus familiares tem caído e, hoje, eles já apresentam posição importante como chefes de suas residências.
Em 2009, aproximadamente 13,8 milhões de idosos brasileiros chefiavam seus lares, de acordo com dados divulgados nesta quarta-feira (13) pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada).
Por outro lado, 1,9 milhão de idosos moravam na casa de filhos, genros ou outros parentes, por não terem autonomia para lidar com atividades do cotidiano ou por falta de renda.
“Os idosos brasileiros de hoje estão invertendo a tradicional relação de dependência apontada pela literatura. A maioria tem assumido o papel de provedor, mesmo dependendo de cuidados”, diz o Ipea.
Rendimento dos idosos
Nas famílias em que os idosos eram chefes ou cônjuges com filhos adultos, eles contribuíam com mais da metade da renda familiar, ou 54,8%.
Já nas famílias com idosas morando na casa de filhos, genros ou outros parentes, elas contribuem com aproximadamente 23,1% da renda familiar.
As mulheres representam 76% dos idosos que moram com parentes, porque vivem mais e ficam, portanto, viúvas mais cedo.
Fonte de renda
A previdência social cobria aproximadamente 77% da população idosa em 2009, o que representa 16,6 milhões de pessoas. Embora a maior parte da renda dos idosos seja originária desta fonte, o trabalho representa uma parcela expressiva de 32,6% para os homens e de 11,9% para mulheres.
O trabalho para os idosos é bom como fonte de renda, mas também como indicador de autonomia e de integridade social. Para o Ipea, a participação deles no mercado de trabalho tende a crescer.
“Isso ocorrerá, em grande parte, devido ao ingresso maciço das mulheres no mercado de trabalho, ocorrido a partir dos anos 1970. Por outro lado, o envelhecimento da população em idade ativa aliado às pressões no sistema previdenciário levam à necessidade de se manter o trabalhador na ativa o maior número de anos possível”, diz o estudo.
Para isso, porém, o estudo aponta que serão necessárias políticas de saúde ocupacional para reduzir as saídas do mercado de trabalho via aposentadoria por invalidez, redução de preconceitos em relação ao trabalho de idosos e capacitação para que eles possam acompanhar as mudanças tecnológicas.
(Flávia Furlan Nunes - InfoMoney)
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