Posted: 15
May 2013 07:58 AM PDT
Suas
mãos estão limpas? Tem certeza?
De
um lado, uma pessoa tosse. De outro, espirra. É o tempo anunciando sua mudança
com a sinfonia de pessoas assoando ou fungando o nariz. Para prevenir sua saúde
de algumas doenças típicas dessa época, e de outras enfermidades oportunistas,
nada melhor que… Lavar as mãos! O simples ato de lavar as mãos pode te livrar
de diversas doenças, além de ajudar o Brasil a economizar
US$ 12 bilhões.
Pense
na sua rotina e responda: quantos objetos você toca? Difícil contabilizar, não
é. Imagine a condição das suas mãos se você não tiver uma higiene adequada.
Vivemos
compartilhando objetos. Dentro do transporte público, por exemplo, onde alguém
procura se segurar na barra de ferro para não cair, outra pessoa também faz o
mesmo. No trabalho, no shopping, em uma festa, em um evento, na lanchonete, e
em outros lugares, o banheiro é comum a todos e esse local reserva grande
oportunidade para as bactérias e fungos agirem: a maçaneta, a descarga, a
torneira.
Sem
falar que, entre um evento e outro, as pessoas costumam manipular dinheiro,
celular e alimentos, proliferando ali a Hepatite A ou a Conjuntivite, por
exemplo. Para se ter uma ideia do risco, uma pesquisa da Universidade do
Arizona (EUA) constatou que o celular pode ter 10 vezes mais
bactérias do que vasos sanitários.
Muitas
vezes, é inevitável “conviver” com esses riscos, assim como é da natureza ter
bactérias, vírus e fungos por todos os lados. Mas, tratando de enfermidades, a
prevenção mínima com a higiene é fundamental. Veja abaixo as principais doenças que podem ser evitadas pelo simples
hábito de lavar as mãos:
1 – Hepatite A:
Principal
causa de hepatite aguda, o vírus da hepatite A é eliminado pelas fezes, desta
forma, ao não higienizar a mão o indivíduo pode contaminar outra pessoa
diretamente ou através da contaminação de alimentos.
Sintomas: alguns
casos têm poucos sintomas, mas outros são caracterizados principalmente por
mal-estar, náuseas, vômitos, amarelamento dos olhos e pele (icterícia), urina
com cor semelhante a da coca-cola e desconforto abdominal.
Recomendações: a
lavagem criteriosa das mãos é suficiente para impedir o contágio de pessoa para
pessoa. Além disso, não coma frutos do mar crus ou mal cozidos e verifique se
os instrumentos usados para fazer as unhas foram devidamente esterilizados.
Gastroenterites:
De
acordo com a Unicef e a Organização Mundial de Saúde (OMS), a lavagem das mãos
com sabonete pode reduzir infecções diarreicas em até 40%.
“Para
que a infecção ocorra, é necessário que os germes sejam ingeridos e isso
acontece quando as pessoas não lavam as mãos com água e sabão após ir ao
banheiro ou trocar fraldas, e também em piscinas e lagos com quantidade
insuficiente de cloro” – Dra. Thaís Guimarães, infectologista do Hospital das
Clínicas.
2 – Rotavírus
É
transmitido por via fecal-oral, pelo contato direto entre as pessoas, por
utensílios, brinquedos, água e alimentos contaminados. É importante causa de
doença diarreica, principalmente em crianças, podendo levar a quadros de
diarreia aguda, geralmente aquosa, sem sinais de muco e sangue. Sintomas: vômitos;
febre; coriza e tosse, às vezes; e, em muitos casos, desidratação.
3 – Shigella e Salmonella
Bactérias
causadoras de quadro diarreicos, muitas vezes relacionadas a surto por
contaminação de alimentos. Causam diarreia volumosa, com náuseas e vômitos.
Recomendações:
além de lavar bem as mãos, principalmente após usar o banheiro, lembre-se de
lavar bem os alimentos (deixe mergulhados em solução desinfetante frutas e
legumes que vão ser ingeridos crus); e use água tratada para beber e no preparo
dos alimentos.
4 – Escabiose (sarna):
Doença
altamente infecciosa causada pelo parasita Sarcoptes scabie, transmissível pelo
contato íntimo entre pessoas ou mesmo através das roupas. Esse parasita se
alimenta da queratina, ou seja, proteína que constitui a camada superficial da
pele.
As
lesões mais comuns ocorrem entre os dedos das mãos e é, especialmente, a mão
que serve de veículo para levar a escabiose a outros pontos do corpo. No homem,
a infecção é comum nos genitais e, na mulher, nos seios.
Sintomas: prurido
ou coceira, sintoma que se acentua à noite; pequenas lesões que podem formar
uma crosta provocada pelo ato de coçar o local.
Recomendações: a
escabiose é comum, principalmente, em locais de má higiene, então, além da
higiene da mão ser fundamental, procure realizar troca de roupas diariamente
porque o ácaro sobrevive horas, às vezes dias, fora do corpo.
5 – Bronquiolite:
Pelo
fato de seu aparelho respiratório não estar totalmente desenvolvido, bebês
prematuros e menores de um ano correm risco maior de contrair a doença causada
pelo Vírus Sincicial Respiratório (VSR). As mãos e os objetos contaminados pela
secreção impregnada de vírus vivos são veículos importantes para transmitir as
viroses.
Sintomas: respiração
difícil e acelerada; chiado; febre; e tosse.
Recomendações: lavar
as mãos antes de chegar perto do bebê, sem dúvida nenhuma.
6 – Gripe:
É
causada pelo vírus Influenza, transmitida por via respiratória através de
gotículas eliminadas por tosse ou espirro, penetrando pelas mucosas do nariz,
olhos e garganta. Ela também ocorre pela contaminação das mãos com secreções
respiratórias, contato direto com outras pessoas (aperto de mãos) ou indireto
(tocar em superfícies contaminadas).
Sintomas: na
gripe clássica sazonal (Influenza A H3N2 e Influenza B) os principais sintomas
são febre, dor de garganta, coriza e dor de cabeça. Nos casos de H1N1, além dos
sintomas já descritos, o doente sente dificuldade para respirar.
Recomendações: nesta
época de mudança de temperatura é quando se observa o aumento de casos de
gripe, então, reforce a limpeza das mãos com bastante água e sabão ou
desinfete-as com produtos à base de álcool; Se puder, evite aglomerações e o
contato com pessoas doentes; Não leve as mãos aos olhos, boca ou nariz depois
de ter tocado em objetos de uso coletivo.
7 – Varicela (catapora):
A
transmissão do vírus da catapora ocorre por contato direto através da saliva ou
secreções respiratórias da pessoa infectada ou por contato com o líquido do
interior das vesículas.
Sintomas: início
inespecífico de febre, mal-estar geral, posteriormente com aparecimento de
lesões inicialmente avermelhadas, evoluindo para vesiculares e posteriormente
para crostas.
Recomendações: procure
evitar contato direto com pessoas doentes; e lave bem as mãos.
8 – Conjuntivite:
A
conjuntivite pode ser causada por reações alérgicas a poluentes ou substâncias
irritantes como poluição e o cloro de piscinas, por exemplo, e por vírus e
bactérias. Neste último caso ela é contagiosa.
Sintomas: olhos vermelhos e lacrimejantes; pálpebras
inchadas; sensação de areia ou de ciscos nos olhos; secreção; e coceira.
Recomendações: é
preciso evitar ao máximo o contato pessoal e com objetos dos portadores da
conjuntivite. Por isso, toalhas de rosto e de banho, lenços e certos tipos de
roupas não devem ser compartilhados. Outra medida importante é não coçar os
olhos. Coçá-los promove uma agressão física prejudicial e o agente da infecção
pode ser transmitido pelas mãos. Por isso, é indispensável lavá-las com
frequência. Se a coceira incomodar, uma compressa de água gelada é suficiente
para aliviar o sintoma.
9 – Candidose (ou candidíase)
A
primeira micose que uma pessoa pode pegar na vida é a candidose, conhecida
popularmente como sapinho. Geralmente, ocorre quando a criança tem um ou dois
meses e entrou em contato com o mundo do lado de fora do útero materno.
É
causada por um fungo oportunista – a cândida – que, normalmente, é encontrado
na boca, intestinos e na vagina. O contágio pode acontecer porque a criança
teve uma diarreia e colocou a mão contaminada na boca, ou porque o bico do
seio, as mãos da mãe ou algum objeto (bico da mamadeira, chupeta) estão
infectados. Portanto, a doença tem caráter endógeno, isto é, sua origem está no
próprio organismo da criança, ou caráter exógeno porque pode ser adquirida pelo
contato com alguma superfície contaminada. Às vezes, a mãe ou uma mulher
próxima têm cândida na vagina e contaminam as mãos, e isso pode promover a
infecção da criança.
Sintomas: caracteriza-se
pelo aparecimento de pequenas bolas brancas que podem formar placas
principalmente na língua, mas também nos lábios e, às vezes, fora da boca.
Recomendações: um
cuidado tão simples como lavar as mãos antes de lidar com a criança, na
verdade, é a melhor profilaxia que existe para o sapinho. Evitar ficar beijando
o nenê, especialmente se for portador de algum problema; e é importante
esterilizar bicos de mamadeira e chupetas e prestar atenção nos brinquedos que
a criança põe na boca.
10 – Infecção hospitalar:
As
infecções relacionadas à assistência à saúde – também conhecidas como infecções
nosocomiais ou hospitalares – são definidas como “uma infecção que ocorre
durante o processo de cuidado/assistência em hospital ou outro serviço de
cuidado de saúde, que não estava presente ou incubada no momento da admissão do
paciente”.
As
mãos dos profissionais de assistência à saúde constituem o veículo mais comum
para transmissão de micro-organismos de um paciente para outro, de um local do
corpo para outro no mesmo paciente, e de um ambiente contaminado para os
pacientes.
Imagem: Anvisa
Fontes:
Drª Rebecca Saad Bellini, infectologista do
Hospital São Camilo
Drª Thaís Guimarães, infectologista do Hospital das
Clínicas
Dr. Drauzio Varella (site)
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