Atenção aos fundos de pensão
São Paulo - Os fundos de pensão fechados, que atendem aos funcionários de determinados grupos, fazem parte de nossa economia. Formam o maior bloco de poupança investida no mercado de capitais e atendem a centenas de milhares de assistidos de bom poder aquisitivo. Além de fundos de estatais, como a Petros, do grupo Petrobras, ou Previ, do Banco do Brasil, há fundos de outras empresas privadas importantes, como o Valia, da Vale.
Na maioria deles, a patrocinadora é responsável pelo equilíbrio atuarial, o que passou a ser fator de risco considerável para as empresas. Agora, com a redução nas taxas de juros e a queda das ações nas bolsas, as organizações passam a acumular um novo e poderoso passivo face às fundações.
Todo cuidado (e vigilância), portanto, é pouco.
Os fundos de servidores públicos têm sido alvo de manipulações criminosas. Até a prefeitura do Rio passou um susto, superado pela pronta ação de sua Procuradoria e pelo apoio do prefeito. Mas em Nova Iguaçu, onde a mesma organização criminosa passou, o rombo continua, e o atual prefeito, Nelson Bornier, precisa acelerar as ações para a recuperação dos recursos dos funcionários do município.
Ministério Público, Tribunal de Contas e Secretaria de Previdência Complementar, do Ministério da Previdência, e até a CVM, pelo peso das fundações nos mercados, deveriam acompanhar os inquéritos para evitar a impunidade dos responsáveis. Todas estas entidades tem responsabilidades no assunto e não podem permanecer em silêncio.
As consequências de dificuldades por má gestão de fundos se constitui num risco da economia como um todo, além de uma explosão social em segmento significativo da sociedade. Até aqui os erros ficaram impunes, ou, como diz o dito popular, "acabaram em pizza"... ou em churrasco.
Rio e Brasília são cidades que reúnem o maior número de assistidos, e podem sofrer um baque em suas economias com eventuais problemas nestas entidades, que formam um forte bloco consumidor. E são muitas as empresas de porte que têm, entre seus acionistas, fundos de pensão.
Aliás, o saudoso e sempre lembrado Roberto Campos era de opinião que os fundos investidores não deveriam participar da gestão das empresas, mantendo apenas representação nos Conselhos – o que seria mais do que oportuno. Afinal um fundo bancário não tem experiência na gestão de siderúrgicas, assim como um fundo de metalúrgicos não deve participar da direção de um banco. O fundo não é empresário nem administrador de empresas, é gestor de uma carteira de investimentos para garantir compromissos com seus assistidos.
Os fundos merecem muita atenção neste momento de nossa economia. No dia em que a Polícia Federal olhar atentamente para o que se passa em muitos deles, na manipulação ou assédio por verdadeiras quadrilhas, o país pode se surpreender.
São Paulo - Os fundos de pensão fechados, que atendem aos funcionários de determinados grupos, fazem parte de nossa economia. Formam o maior bloco de poupança investida no mercado de capitais e atendem a centenas de milhares de assistidos de bom poder aquisitivo. Além de fundos de estatais, como a Petros, do grupo Petrobras, ou Previ, do Banco do Brasil, há fundos de outras empresas privadas importantes, como o Valia, da Vale.
Na maioria deles, a patrocinadora é responsável pelo equilíbrio atuarial, o que passou a ser fator de risco considerável para as empresas. Agora, com a redução nas taxas de juros e a queda das ações nas bolsas, as organizações passam a acumular um novo e poderoso passivo face às fundações.
Todo cuidado (e vigilância), portanto, é pouco.
Os fundos de servidores públicos têm sido alvo de manipulações criminosas. Até a prefeitura do Rio passou um susto, superado pela pronta ação de sua Procuradoria e pelo apoio do prefeito. Mas em Nova Iguaçu, onde a mesma organização criminosa passou, o rombo continua, e o atual prefeito, Nelson Bornier, precisa acelerar as ações para a recuperação dos recursos dos funcionários do município.
Ministério Público, Tribunal de Contas e Secretaria de Previdência Complementar, do Ministério da Previdência, e até a CVM, pelo peso das fundações nos mercados, deveriam acompanhar os inquéritos para evitar a impunidade dos responsáveis. Todas estas entidades tem responsabilidades no assunto e não podem permanecer em silêncio.
As consequências de dificuldades por má gestão de fundos se constitui num risco da economia como um todo, além de uma explosão social em segmento significativo da sociedade. Até aqui os erros ficaram impunes, ou, como diz o dito popular, "acabaram em pizza"... ou em churrasco.
Rio e Brasília são cidades que reúnem o maior número de assistidos, e podem sofrer um baque em suas economias com eventuais problemas nestas entidades, que formam um forte bloco consumidor. E são muitas as empresas de porte que têm, entre seus acionistas, fundos de pensão.
Aliás, o saudoso e sempre lembrado Roberto Campos era de opinião que os fundos investidores não deveriam participar da gestão das empresas, mantendo apenas representação nos Conselhos – o que seria mais do que oportuno. Afinal um fundo bancário não tem experiência na gestão de siderúrgicas, assim como um fundo de metalúrgicos não deve participar da direção de um banco. O fundo não é empresário nem administrador de empresas, é gestor de uma carteira de investimentos para garantir compromissos com seus assistidos.
Os fundos merecem muita atenção neste momento de nossa economia. No dia em que a Polícia Federal olhar atentamente para o que se passa em muitos deles, na manipulação ou assédio por verdadeiras quadrilhas, o país pode se surpreender.
(Aristóteles Drummond - Diário do Comércio-10.02)
O "destaque" em amarelo é nosso -AATERN.
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